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quarta-feira, 6 de março de 2024

Manutenção é uma boa escolha?


 Sustentabilidade

 

Comprar novo, consertar ou descartar?

 

Quando se pensa em comprar algo novo, normalmente vem uma sensação de prazer para as pessoas. Entretanto, nem sempre é necessário substituir aquele bem, que pode ter um substituto no mercado com mais recursos ou pensar em substituir aquele aparelho que apresentou algum defeito. No caso de defeito, tem-se a opção de buscar oficinas que executem a manutenção, ou dependendo do equipamento e do defeito, fazer por conta própria, desde que tenha conhecimento na área.

No passado, no Brasil, não era incomum os televisores de tubo, durarem dez, quinze anos ou mais. Atualmente, não é incomum TVs com alta tecnologia tais como: LED, LCD, QLED, OLED e NanoCell durarem bem menos. Como pode ser isso? Se a tecnologia é mais avançada seria para durar mais, sem manutenção? Este tipo de situação é de certa forma incoerente, mas acontece.

Existem dois tipos principais de obsolescência: a programada e a psicológica.

·     A obsolescência programada é aquela que ocorre depois de um determinado tempo de uso, e o equipamento passa a apresentar um mau funcionamento, como se o defeito fosse programado, forçando o reparo ou a sua substituição.

·     Já a obsolescência psicológica, está relacionada à ideia de que aquele equipamento não serve mais, devido ao consumidor ter identificado um outro, com mais recursos tecnológicos, ou outros atrativos, apesar de o atual estar em perfeito funcionamento.

Um trabalho bem detalhado do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC, 2013), demonstra a percepção dos brasileiros em relação ao ciclo de vida de eletroeletrônicos. Apesar de os dados serem um pouco antigos, trazem informações relevantes sobre as percepções e hábitos dos consumidores brasileiros com relação à aquisição, uso e descarte de equipamentos eletrônicos. O texto menciona a Lei 12.305 de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2010). A figura 1 apresenta o ciclo de logística reversa de eletroeletrônicos.




Figura 1 – Ciclo de logística reversa de eletroeletrônicos. Fonte: (SINIR, 2021).


Seguindo o princípio, “Faça a coisa certa”, você deve avaliar qual opção trará mais benefícios para você e para o meio ambiente. Usando a figura 2, como referência para tomada de decisão, pode-se observar algumas vantagens e desvantagens em cada opção escolhida. Deve-se ter em mente, a sua condição financeira atual, a sua consciência ambiental e o custo-benefício da sua escolha.

Caso a sua escolha resulte em descarte do aparelho usado, é importante consultar o fabricante ou a prefeitura da sua cidade para fazer o descarte ambientalmente correto, pois o lixo eletrônico pode conter elementos tóxicos. Existem duas gestoras para resíduos de equipamentos eletroeletrônicos e de seus componentes, que podem indicar locais de descarte, em sua cidade ou região. São elas: Abree (Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos), (ABREE, 2024) e Green Eletron (Gestora para Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos Nacional), (GREEN ELETRON, 2024).

 



Figura 2 – Vantagens e desvantagens na substituição de aparelhos. Fonte: Autoria própria.

 

Para se ter uma ideia da importância dada à preservação do direito do consumidor, de fazer o reparo de um equipamento eletroeletrônico, temos uma reportagem recente sobre um acordo estabelecido entre o Parlamento Europeu, e representantes da União Europeia para a criação da “lei do reparo”.

Há uma estimativa, de que os europeus gerem 35 milhões de toneladas de resíduos devido a não conseguirem reparar seus eletroeletrônicos e serem obrigados a substituí-los por aparelhos novos.

Por meio deste acordo, é possível promover a sustentabilidade, pois os fabricantes serão obrigados a fornecer peças de reposição, sem limitar sua disponibilidade. Segundo a matéria (AMAZÔNIA, 2024):

“Ao apresentar a proposta original, a Comissão Europeia declarou que a medida permitiria economizar cerca de 18 milhões de toneladas de carbono ao longo de 15 anos, gerando economias de até 176 bilhões de euros (R$ 941 bilhões) para os consumidores.

 

A visão de que sempre o novo é melhor, parece um pouco prejudicada se formos pensar nos custos envolvidos, tanto financeiro, quanto ambiental. A manutenção proporciona economia de recursos na vida das famílias e das empresas e redução na geração de lixo. Com a economia gerada pode-se optar por uma viagem na vida familiar ou aumentar a participação dos lucros na empresa. Todos ganham, com ações simples e pensamento sistêmico.

 

 Referências:

ABREE - Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos, 2024. Disponível em: ABREE - Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos. Acesso em 06/03/2024.

AMAZÔNIA – Revista Amazônia, 2024 – Disponível em: https://revistaamazonia.com.br/sustentabilidade-direito-ao-reparo-dos-produtos-para-consumidores-da-ue/. Acesso em 06/03/2024.

BRASIL - Decreto nº 10.936, de 12 de janeiro de 2022. Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2022/decreto-10936-12-janeiro-2022-792233-norma-pe.html. Acesso em 06/03/2024.

GREEN ELETRON - Gestora para Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos Nacional. Disponível em: https://greeneletron.org.br/. Acesso em 06/03/2024.

IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, 2013. Disponível em: https://www.idec.org.br/uploads/testes_pesquisas/pdfs/market_analysis.pdf. Acesso em 05/03/2024.

SINIR - Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos, 2021. Disponível em: https://sinir.gov.br/perfis/logistica-reversa/logistica-reversa/eletroeletronicos/. Acesso em 05/03/2024.

 


 


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